Rico e famoso, estrela do "jet set" e presença habitual nas estâncias de luxo de esqui, o realizador Roman Polanski está a viver uma experiência diferente na cadeia suíça em que se encontra detido. Tem direito a três euros por dia para necessidades básicas, vive numa cela rudimentar, não goza de quaisquer privilégios e, uma vez por semana, pode receber, durante uma hora, a visita de sua mulher, a actriz francesa Emanuelle Seigner.
"Polanski afirma ser bem tratado e que nada lhe falta, mas é evidente que não se sente feliz com o que lhe coube em sorte", disse aos jornalistas o cônsul da Polónia em Berna, Marek Wieruszewski. Roman Polanski, de 76 anos, foi detido no passado sábado quando aterrava em Zurique. As autoridades suíças explicaram que se limitaram a executar um mandado de captura emitido pela justiça dos Estados Unidos em 1978. Nesse ano, o realizador estava a ser julgado num tribunal americano sob acusação de pedofilia (ele teria tido relações sexuais com uma menina de 13 anos em casa do actor Jack Nicholson), mas fugiu para França antes de ouvir a sentença.
Desde então, o cineasta tem-se mantido longe da América, mas tem feito uma vida à luz do dia na Europa. Na Suíça, é público que Polanski tem passado longas temporadas na sua casa de Gstaad, nos Alpes, sem nunca ter sido incomodado até agora.
Enquanto artistas e políticos invocam argumentos pró e contra a detenção de Polanski, aguarda-se uma decisão das autoridades helvéticas. Os advogados do realizador opõem-se à extradição para os Estados Unidos (já pediram, inclusive, a sua libertação), mas tudo pode acontecer. Saber-se-á dentro de poucas semanas.
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