terça-feira, 8 de setembro de 2009

Entrevista a Cinha Jardim

Entrevista com Cinha JardimComo foi a estada nos Estados Unidos?
Foi óptima. Foram 15 dias passados com as minhas filhas em que aproveitámos para conhecer um bocadinho da América. Digo um bocadinho porque a América é, de facto, enorme. Estivemos em Washington, Los Angeles, Las Vegas e São Francisco, onde se nos juntaram a minha sobrinha Rita e o marido. Tivemos duas noites muito giras em família e adorei este tempo que lá estive.

Não custou regressar?
Não custou nada porque já estava cheia de saudades da minha cadela Juanita. O meu Portugal é pequenino, mas eu gosto muito de cá estar. Não troco isto por nada!

Deixar lá a Isaurinha, a sua filha mais nova, não lhe custou?
A Pimpinha vem embora no fim de Setembro e se a Isaurinha quer ficar mais um mês em casa da minha sobrinha em San Diego eu acho lindamente. Estas oportunidades são de aproveitar e como neste momento estou com um projecto em Hollywood e tenho que voltar lá, ainda vou conseguir estar com a Isaurinha antes dela regressar a Portugal.

E que projecto é esse que tem agora entre mãos?
Ainda não posso falar muito porque estamos à espera que o nosso Governo nos diga alguma coisa. O que nós queremos é trazer algumas produtoras americanas para filmar em Portugal com actores estrangeiros bem conhecidos e com actores nacionais. Queremos colocar Portugal no mapa da América porque infelizmente encontro lá muita gente que não sabe onde fica o nosso país e eu fico fula com isso. Mais depressa sabem onde fica Moçambique, África, que foi onde nasci, do que Portugal.

E isso não decepciona a Isaurinha, uma vez que é uma portuguesa a trabalhar com americanos?
Não. Isto faz com que ela tenha mais vontade de trabalhar neste projecto e mais vontade de mostrar ao Governo que o nosso turismo tem que passar também pela indústria cinematográfica. Devemos pressioná-los para que tenham a noção de que os filmes rodados por americanos, usando Portugal como pano de fundo, podem ser favoráveis ao turismo. Temos uma óptima luz, como todos eles dizem, e temos uma população maravilhosa. Deixaram de ter a ideia que as mulheres portuguesas são todas feias, gordas e de bigode. E para provar isso temos a Daniela Ruah, a Maria de Medeiros e o Joaquim de Almeida há muito tempo.

Esteve com a Daniela Ruah em Hollywood?
Não e foi pena. Mas falei sobre ela com os produtores com quem tenho estado a trabalhar e com o agente dos mais conceituados actores de Hollywood, como Julia Roberts e George Clooney...

George Clooney... Conheceu o galã?
Não conheci, mas queria tanto! Eu e o Clooney temos um amor em comum: um porco. Eu tenho a porca Camila, da Quinta das Celebridades, e ele também tem um porco. Eu vi-o a dar entrevistas e é, sem dúvida, um sentimentalão, embora possa não parecer. Uma pessoa que tem um porco com 17 anos e que até deixa cair umas lágrimas quando fala dele tem que ser muito boa pessoa...

A Isaurinha foi assistente da Eva Longoria na série "Donas de Casa Desesperadas". Ela gostou da experiência?
Adorou e esteve a fazer uma coisa que acho particularmente interessante. Esteve a ler os scripts (guiões) da série. Ela ainda não sabe o caminho que vai seguir e por isso, tal como aconteceu com a Pimpinha, vou deixá-la este ano andar à procura do que quer fazer no futuro. Ela tem que amadurecer.

A Cinha já está familiarizada com a palavra avó?
Penso que qualquer mãe quer ser avó. A mim, isso não me preocupa nada. Em África, quanto mais velhos somos mais respeito têm por nós. Estou a viver isto com a maior calma, à espera do evoluir dos acontecimentos.

E a sua preferência vai para um menino ou para uma menina?
Não posso negar que estou super-curiosa. É difícil escolher, mas não me importava nada que fosse um rapaz porque algum tem que ser o primeiro. Se for um rapaz vai ser um grande companheiro para o futebol... para o meu Benfica, é claro. Antes de ter nome, vai ser com toda a certeza sócio do Benfica, seja o meu neto rapaz ou rapariga!

Quando recebeu a boa nova, como reagiu? Deu um grito ou uma gargalhada?
Fiquei super-emocionada. É uma sensação que só quem passa por ela é que pode saber. Mas é uma sensação estranha ao mesmo tempo. Apeteceu-me abraçar a minha filha como se ela voltasse a ser um bebé. Foi isto que eu senti.

Entrevista com Cinha JardimOs seus amigos já lhe chamam vovó?
Brincam comigo e dizem que sou a avó mais bonita de Portugal. Dizem que não conseguem olhar para mim como avó, mas eu respondo que tenho imenso orgulho e muita honra em sê-lo. Adoro crianças e a minha Juanita (a cadela de Cinha). Vai ser óptimo! O mundo está tão difícil que trazer uma criança é uma grande responsabilidade. Mas para um casal que é feliz, como é o caso da Pimpinha e do Francisco (Spínola), terem um bebé só vai acrescentar a felicidade deles e a nossa. Os pais do Francisco estão também muito felizes. Acabaram de ser avós há poucos dias e agora esperam mais um neto.

E já falam em casamento?
Bem...eu queria que eles tivessem feito como eu, isto é, que se tivessem casado quando agora estiveram em Las Vegas. Não quiseram, porque não queriam copiar a mãe. As coisas têm que ser naturais e espontâneas. O meu casamento com o Raul (Leitão) foi assim. Mas brinquei com eles para fazerem o mesmo...

A Pimpinha já tem desejos de mamã?
Não falo da Pimpinha porque ela não gosta. Sou uma pessoa um bocadinho diferente das mães e avós de agora. Estarmos à espera de bebé não é nenhuma doença, é uma grande alegria e se ela me pergunta ‘posso comer isto?' eu respondo ‘podes'. Tive duas filhas e a minha médica na altura sempre me tratou como se estivesse no meu estado normal. Faço o mesmo com a Pimpinha agora. Quando estava grávida da Pimpinha trabalhei até um dia antes de ela nascer. E só não fiz o mesmo por ocasião do nascimento da Isaurinha porque aconteceu uma grande desgraça na minha vida. Quero que ela leve estes nove meses a brincar e sem preocupações.

Porque quiseram esconder a gravidez?
A notícia publicada no "24 horas" saiu cedo de mais. Foi inesperada e isso incomodou bastante a Pimpinha. Mas agora não. Já passou e ela está muito feliz.

E a tia, a Isaurinha, está contente?
Está radiante por ser tia. Tem sido muito bom o facto de as duas viverem sozinhas nos EUA, faz-lhes muito bem e está tudo a correr às mil maravilhas. A Pimpinha foi muito decidida para lá e é isto que ela quer fazer no futuro.Já a Isaurinha foi apalpar terreno e realizar alguns dos sonhos que tinha e que eu própria ainda tenho. Fui a um restaurante ver o Sylvester Stallone e ia-me dando uma coisa! Estava num hotel em Beverly Hills e de repente a Victoria e o David Beckham com os três filhos iam a descer as escadas. Confesso que fico entusiasmada com tudo isto. É uma emoção e ando sempre de máquina fotográfica atrás. Ainda tenho um lado muito de menina e por isso sou muito espontânea e não tenho vergonha nenhuma disso. Nunca me quis passar por aquilo que não sou.

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